Fernando Pessoa

 

A CIÊNCIA, a ciência, a ciência...
Ah, como tudo é nulo e vão!
A pobreza da inteligência
Ante a riqueza da emoção!
Aquela mulher que trabalha
Como uma santa em sacrifício,
Com tanto esforço dado a ralha!
Contra o pensar, que é o meu vício!
A ciência! Como é pobre e nada!
Rico é o que alma dá e tem.

 

4-10-1934.
In Poesias Inéditas (1930-1935). Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1955 (imp. 1990). - 172.

Versão em PDF